Congregação Angélicas de São Paulo
A Congregação das Angélicas de São Paulo foi fundada por Santo Antonio Maria Zaccaria na cidade de Milão (Itália). A aprovação do Papa Paulo III ocorreu em 15 de janeiro de 1535.
Antecipando muito os tempos atuais, Santo Antonio Maria Zaccaria, que colocava a oração como fundamento de todo o apostolado, (Angélicas) não enclausuradas, como era o costume da época, mas colaboradoras dos Barnabitas, no apostolado direto com o povo de Deus. Na vida de união com Deus, recebiam as forças para anunciá-los aos irmãos. Como anjos-contemplativos e ativas, eram mensageiras do amor de Deus. Correr como loucas a Deus e ao próximo era a palavra de ordem do Santo Fundador.
Quando anunciou a primeira missão, após a fundação, escreveu: Queridas, filhas, desfraldai
Santo Antônio Maria Zaccaria - Fundador das Angélicas de São Paulo
as vossas bandeiras, que dentro em breve o Crucificado vos mandará anunciar a viveza espiritual e o espírito vivo, por toda parte (Carta V). Toda essa carta repleta de alegria, na expectativa de ver suas filhas compartilhando seu grande sonho: A renovação do fervor cristão (hoje, nova evangelização). Influenciadas pelo espírito do fundador e atentas aos apelos da igreja e dos tempos, as Irmãs Angélicas atuaram nas diferentes áreas de evangelização. Teriam continuado, admiravelmente, seu apostolado, se o Concílio de Trento não houvesse imposto clausura papal às religiosas.
Madre Flávia - Angélica Brasileira que fundou a primeira casa da congregação no Brasil
Desde 1919, passaram novamente à vida ativa, tendo o programa espiritual apostólico permanecido, até hoje, o mesmo traçado pelo santo fundador: Levar a vivacidade espiritual e o Espírito vivo por todo lugar.
Em 1938, ao ser reeleita Superiora Geral, a Madre Flávia recebeu o convite para a fundação de uma unidade educativa na capital mineira, por parte do leigo Dr. Caio Nélson de Serra, inspetor do Colégio no Rio de Janeiro.
O sucesso das três primeiras escolas no Brasil motivou o estudo da proposta por parte de um conselho em Milão.
Além desse fator, outros acontecimentos contribuíram para o novo desafio das Irmãs. Nesse momento, de passagem pela Itália, o Cardeal Leme, do Rio de Janeiro, fica a par da discussão e oferece seu apoio, abençoando a iniciativa paternalmente. Em mensagem dirigida ao Padre Ildefonso Clerici, geral dos Barnabitas, o Papa Pio XII, por ocasião dos 400 anos da morte do Santo Fundador da Ordem, abençoa as Angélicas: “[...] implorando ao Senhor, dispensador de todos os bens, o desejado sucesso de todas as vossas fecundas iniciativas e dos vossos projetos [...].”. De Milão, as madres brasileiras capitulares determinaram que Madre Cândida e Madre Maria Helena fossem analisar a possibilidade da nova escola.
Próximo à elite da intelectualidade mineira, o casal Dr. Roberto de Almeida Cunha e a esposa, D. Maria Luísa, recebe e direciona as irmãs responsáveis pelos primeiros passos em prol da concretização do projeto.
A Madre Geral, estando no Brasil em 1939, no dia 11 de fevereiro, dirige-se a Belo Horizonte juntamente com a Madre Cândida. Nessa ocasião, além do Santo Padre, falece o Dr. Davi Rabelo, cuja residência na Av. João Pinheiro seria alugada para o início das atividades do colégio, que ocorreu em 1º de março desse mesmo ano.
O Colégio foi recompensado pelo Prefeito Juscelino Kubistchek de Oliveira com um terreno de 5000 m² no bairro Cidade Jardim, na Rua Eduardo Porto, esquina com Rua Olímpio de Assis.
Juscelino Kubitschek de Oliveira - Prefeito de Belo Horizonte (1940 - 1946)
Esse bairro, prioritariamente, foi destinado a compor uma região educacional. Terrenos foram doados para várias faculdades – Odontologia, Farmácia, Química. Há relatos de que o prefeito pretendia doar todo o quarteirão, mas Madre Cândida declinou essa oferta por considerá-la exagerada. Em 1951, teve início a construção do novo colégio, com projeto e execução a cargo do Dr. Moacir Durval de Andrade, que ofereceu seus serviços gratuitamente. Esse engenheiro se dedicou, até o fim da vida, com total generosidade, a essa construção, descrita por Madre Cândida como ”o mais belo e confortável de todos os Colégios São Paulo no Brasil“.
Entrada Principal do Colégio São Paulo BH
Rua Eduardo Pôrto, 488
A mudança para a Rua Eduardo Porto ocorreu em 10 de julho de 1953. Dois vastos dormitórios, salas amplas e arejadas, salões e largos corredores consistiam a primeira parte do complexo a ser construído.
A obra prosseguia, contudo ocorreu um desabamento em consequência de chuvas torrenciais, causando grande prejuízo. Apesar desse imprevisto, após as devidas providências, passam a funcionar a educação infantil, o primário, o ginasial, o colegial e o normal.
Sucederam-se vários contratempos. Decréscimo substancial do corpo discente, mudanças de diretoria... Assim, em 1987, foi firmado um contrato de locação entre a Superiora Provincial e o Arcebispo de Belo Horizonte, ficando o prédio ocupado pela Sociedade Mineira de Cultura. Essa situação permaneceu até o ano de 2004.
Contudo, em janeiro de 2005, com a dedicação, a ousadia e a competência da Irmã Madalena Lemos Lopes, as Angélicas retomaram suas atividades pedagógicas na capital mineira.Dr. Maurício Lourenço da Costa e sua esposa, Dona Beatriz, acolheram as irmãs e prestaram assistência jurídica. A Srtª Ângela Botelho, ex-aluna do colégio, colocou um apartamento à disposição por tempo indeterminado; os padres Vítor Baderacchi e José Moreira, barnabitas do Colégio Padre Machado, ajudaram nas questões pedagógicas e espirituais; a Srtª Marta Bolívar, ex-aluna, excedeu-se em gentilezas e prestação de auxílio. Outros tantos nomes também não podem ser dissociados do reinício desta escola: ”[...] foi sempre uma constante aspiração de quase todas as Irmãs que o Colégio São Paulo de Belo Horizonte retornasse às nossas mãos. Foram fortes orações para que isso acontecesse. Tudo se encaminhou de maneira prodigiosa, que nos deu a certeza de que essa era também a vontade de Deus.“.